terça-feira, 25 de agosto de 2009

Reflexão - João 6,60-69

Dedico esta postagem de minha autoria a todos os que lutam pela Igreja e pela Juventude e que a cada dia apesar das forças contrárias, renovam o seu sim no seguimento!

Ofereço também à todas as "pessoas especiais" que não me deixam desistir e fazem valer a pena a cada dia os meus "Nãos", que faço a mim mesmo e com esta força renovam o "SIM" da minha vocação!

Com ternura - Márcio José Pelinski

Neste final de semana em que a liturgia contemplou o XXI Domingo do Tempo Comum (23/08/2009) não presidi nenhuma Celebração da Palavra nas comunidades, pois estive participando do Retiro Paroquial dos MESCs, mas mesmo assim, não deixei de refletir muito sobre o tema da celebração deste Domingo. A reflexão que fiz a partir do trabalho com a juventude vou partilhar aqui neste blog;

Evangelho (João 6,60-69)
Naquele tempo, muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?”. Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não crêem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?”. Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.


O Documento 85 da CNBB, sobre a "Evangelização da Juventude" afirma que os discípulos de Cristo que se colocam à serviço dos jovens devem "amá-los de forma gratuita, independente do que ela possa nos oferecer" (n.248), ou seja, colocar-se ao serviço dela sem esperar nada em troca. Na caminhada de 10 anos junto as atividades da Igreja, experimentei (e experimento) em mim e nos companheiros de ação pastoral vários momentos como este que Jesus sente neste texto do Evangelho; aquilo que chamamos de "falência/ frustração pastoral". Sentimos o que fala o Documento 85, que devemos fazer pelos jovens somente por amor incondicional, pois caso contrário, é muito fácil a desistência deste trabalho.

No texto deste Domingo, Jesus sentiu o que todos nós agentes de pastoral sentimos, muitas vezes em nossas atividades; a falta de compreensão dos que participam, falta de apoio, o comodismo, o buscar a religião com intuito intimista, o descaso, etc.

Este insucesso/frustração da atividade pastoral pode acontecer em qualquer atividade de pastoal eclesial, mas quando se trata de pastoral com jovens, as chances são muito maiores. A nossa alegria por uma atividade bem desenvolvida com os jovens pode não durar muito, pois pode acontecer que no outro dia algo de errado, um desentendimento já aconteça e todo um trabalho (muitas vezes de anos) foi jogado fora! Resumindo volta-se de um dia para o outro da estaca zero.

Voltando ao Evangelho, após apresentar o seu projeto, Jesus viu muitos dos seus abandonando-o por não compreenderem ou por buscarem algo diferente. Somos também muitas vezes abandonados como Jesus!

Mas é o fim de tudo? Não!

Restaram alguns discípulos com Jesus (os mais próximos por sinal) e ao serem perguntados sobre que posição iriam tomar um deles respondeu: "A quem iremos nós? Só Tu tem palavras de vida!". É um sinal de esperança que surge, um pequeno resto que entendeu (pelo menos um pouco) do que Jesus queria fazer, e estes reafirmaram o seu compromisso de seguimento. Levanto aqui uma dúvida; não sei se Pedro fez esta profissão de fé por falta de opção ou por convicção, mas tenho certeza de que neste momento Jesus deve ter pensado: "Acho que por estes poucos que restaram aqui já valeu a pena!"

Que em nossa pastoral, principalmente nas ações entre os jovens não nos esqueçamos que é Nele que encontramos o sentido para o que fazemos. Jesus se contentou com alguns poucos, mas destes poucos surgiram multidões de discípulos.

Quando tudo está perdido, devemos olhar para os que ainda estão do nosso lado, pois é por estes que vale a pena continuar... pois são estes que irão realizar de uma forma muito maior aquilo que não conseguimos!

Jesus disse "Vocês poderão fazer coisas ainda maiores do que as que eu fiz!". Ele poderia ter implantado o Reino plenamente, mas preferiu deixar para que todos nós pudessemos construir um pouquinho deste Reino.

Jovens e lideranças, quando não tivermos outra opção para seguir, ou então nos momentos em que se acharem aparentemmente sozinhos na pastoral, nos resta uma opção, que é a melhor opção:

( X ) Ficar com Jesus...

Com esta escolha certa, já teremos o TUDO e a força para continuar, mesmo que seja "de volta ao começo"!

Finalizo esta reflexão com as palavras inspiradoras do Concílio Vaticano II (1965) - Documento Gaudium et Spes, que mostram que ser discipulo de Jesus é ter as mesmas experiências que este nosso Mestre, ser cristão é sentir com Jesus...
"As alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos homens de hoje são também as alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo e não há realidade humana que não encontre eco em seu coração..." (GS)

"Que o Pão da Vida (Palavra e Eucaristia) nos revigore no nosso SIM!"
Márcio Pelinski

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